Guia de Dificuldade em Trilhas

Uma das principais questões quando falamos em trilha é o nível de dificuldade. E essa preocupação é essencial para evitar problemas durante o percurso e transformar uma atividade prazerosa em uma experiência ruim. Mas simplesmente perguntar sobre o grau de dificuldade para alguém que fez o convite para a trilha não resolve, pois a percepção de dificuldade pode variar de pessoa para pessoa, além de estar relacionada também ao preparo físico e experiência em percorrer trajetos em trilhas.

Como o objetivo de ajudá-lo a escolher a trilha de acordo com seu preparo físico e experiência, compilamos nesse texto alguns guias para classificação de trilhas, visto que no Brasil não existe uma padronização para tal. Além de trazer diferentes abordagens, também vamos definir qual a regra utilizada para classificar as trilhas apresentadas no site.

Antes de classificar as trilhas de acordo com sua dificuldade, vamos apresentar a classificação de acordo com o tipo do percurso. Conhecer o percurso da trilha é muito importante, pois ajuda a definir estratégias de onde deixar o veículo, identificar ocorrência de pontos de hidratação e se localizar em relação ao trajeto. Segundo a Federação de Esportes de Montanha no Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ), podemos classificar as trilhas em 3 categorias: trilhas, circuitos e travessias.

Tipos de Trilhas

Tipo Descrição
Circuito Quando a trilha começa e termina no mesmo local, porém o trajeto de ida e volta não se repete
Travessia Quando a trilha começa em um local e termina em outro
Trilha Quando a trilha começa e termina no mesmo local e o trajeto de ida e a volta se dá pelo mesmo caminho

Fonte: Metodologia de Classificação de Trilhas (FEMERJ, 2015)

Agora que podemos classificar as trilhas de acordo com o percurso, vamos conhecer a classificação por grau de dificuldade. Essa classificação é complexa e baseada em vários critérios. Apresentamos duas classificações encontradas com frequência quando o assunto é a dificuldade das trilhas. A primeira foi feita pela Federação de Esportes de Montanha no Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ) e publicada em 2015. No documento, as trilhas são classificadas levando em consideração quatro parâmetros: esforço físico, exposição ao risco, orientação e insolação. Cada um desses parâmetros possui uma escala crescente de severidade. Além disso, deve ser adicionado fatores como distância da trilha, tempo de percurso e dificuldades técnicas do caminho. Para conhecer os detalhes dessa classificação, leia o artigo Guia de Dificuldade em Trilhas - FEMERJ.

A segunda classificação foi elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR 15505-2, intitulada Turismo com atividades de caminhada Parte 2: Classificação de percursos. A norma estabelece critérios referentes à classificação de percursos utilizados em caminhadas sem pernoite quanto às suas características de severidade. Assim como na classificação da FEMERJ, são apresentados critérios com escala de intensidade crescente que determinam o grau em cada um deles. A classificação é composta por quatro critérios: severidade do meio, orientação do percurso, condições do terreno e intensidade do esforço físico. Diferente da classificação da FEMERJ, não existe a avaliação individual do critério de insolação e as condições do terreno recebem uma escala própria de intensidade. Para maiores detalhes, leia o artigo Guia de Dificuldade em Trilhas - Norma NBR 15505-2.

As duas normas possuem um texto extenso e detalhado sobre a dificuldade das trilhas e traremos essas informações em nossos percursos sempre que possível, mas para nível de classificação das trilhas que realizamos vamos utilizar a classificação feita pelo pessoal do Vamos Trilhar. Eles elaboram uma escala que, assim como as escalas apresentadas anteriormente, utiliza alguns critérios para determinar o grau de dificuldade. Os critérios são: distância, terreno, físico e experiência. Essa é a classificação utilizada pelo Trilhas em SC. Lembrando que a nossa classificação dos trajetos não é oficial, ela é realizada por nós e faz uso do conhecimento sobre as diferentes formas de classificação, mas não foge da influência das nossas percepções de trilheiros não profissionais.

Abaixo trazemos o infográfico do Vamos Trilhar, use ele como guia para identificar as características das trilhas que mostramos em nosso site.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15505-2: Turismo com atividades de caminhada. Parte 2: Classificação de percursos. Rio de Janeiro, 2008.

Infográfico: Os níveis de dificuldade de trilhas. Disponível em https://www.vamostrilhar.com.br/conteudo/infografico-os-niveis-de-dificuldade-de-trilhas/. Acesso em 27/07/2020.

Metodologia de Classificação de Trilhas. Disponível em http://www.femerj.org/wp-content/uploads/classifica%C3%A7%C3%A3o-trilhas-v6.1.pdf. Acesso em 27/07/2020.

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